A vidraça da janela salpicada dos pingos da
chuva
Lá fora a vida nascendo, flores em botão se abrindo.
Folhas secas que de cima caíram agora vão pela
chuva levadas como um barquinho
Chuva inundando o quintal molhando roupas no
varal
Ninguém lá fora ninguém pelo caminho
Raios e trovoadas...
Sinto-me
aqui cansada
Eu posso ver através da vidraça salpicada de
chuva
Eu posso ver aqui por dentro de mim também
Essa tempestade esse temporal
Que faz só crescer desabrocha em amor
Inundando minha história deixando-a encharcada
Escorrendo pelas vielas do meu corpo num
barquinho de folhas caídas às vezes me deixando calma
Trovoadas acelerando coração
Relâmpagos clareando a
alma apaixonada