quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Roseira

Tenho uma roseira
Lá no fundo do meu quintal
Que ela conversa comigo
Não sei se é loucura
Ou a roseira que é o diferencial
Mas é nesse momento minha única amiga
A que entende o que sinto
Essa dor infinda
Esse amor proibido
 
Fico horas ao lado dela
Contando da minha dor
E ela responde do modo dela
Fazendo nascer outra nova flor
Em cada botão traz o perfume
inundando momentos tão difíceis
Na qual a solidão ilude
são momentos inesquecíveis
Eu tenho uma roseira que conversa comigo

Noite ll

Deixa entrar por completo essa noite...crepúsculo
Nas horas languidas e silenciosa
Onde ouço o canto das corujas e o balançar dos juncos
E a chuva batendo à minha porta
Bálsamo é a noite que ameniza
Meus devaneios e proibidos pensamentos
Serenando nos campos e nas boninas
Alívio á dor e a todo sofrimento
- Deus ! Criaste tantas coisas...é criador
Coisas diferentes ,pessoas diferente...gente
O sol eu sei também criaste e é tão belo não nego
Porem a noite é fremente

Dança do Girassol

Eu vi o girassol sorrindo
Depois de plantado no jardim
Eu o vi, brincando feito um menino com as sempre vivas
E dando vivas aos amores
E ele dançava um tango com as margaridas
Nesse meu jardim repleto de flores

Como entender o AMOR?

Como entender esse amor,
esse amor profundo
simples,
complexo,
sem nexo e tão discutível?
Mesmo que seja completamente traduzível
Em todos os idiomas
Como fazer alguém compreender o incompreendido
Decifrar seus códigos, sejam talhados ou escrito?
Na mescla das cores
Na alquimia da pele
Estando longe ou perto
Abertamente exposto secreto
Mas intensamente sentido
 
Como explicar tamanho sentimento
Profundo inacessível
Assimilar tal conhecimento?
Então eu digo:
Desse amor não sei nada apenas vivo

Noite

Não deixe morrer a noite de vez
Nem vir o sol eterno
Quero essa luminosidade escondida refletida em meu jardim de inverno
Numa mesa de estrelas ou nuvem em cima apenas um lampião acesso talvez
Na noite encontro conforto , durante o dia tenho receio e me recolho
Num ato quase que "vampiresco" sem sangue sem dor

Teu Olhar




Teu olhar é o mesmo
Sempre a procura de calmaria
Cheio de dúvidas
E desprezo por mim
Trazendo a noite e o dia
Essa dor que não tem fim
O tempo passa sim
E esse teu olhar permanece no meu
Sempre a procura
Do que não se perdeu
Porque na verdade nunca encontrou

Anoitecer

Deixa anoitecer
Que a lua chegue mais bonita
E que sua luminosidade possa clarear nossos olhares
Refletindo na superfície da existência
Toda profundidade de um sentimento único.

Deixe-me

Deixe-me molhar na chuva
O Outono vencer, varrendo a minha folhagem pra bem longe
Deixe-me apenas ser primavera ou como uma açucena tombando, no simples toque do orvalho
Uma madrugada longa ,plena e serena
Deixe-me mergulhar nas águas de um oceano fecundo ,cheio de vida de encantos
Me aquecer numa manhã ensolarada. quando o sol iluminar as copas das árvores de dourado
e o ipê roxo ficar mais iluminado
E quando o inverno chegar, que eu encontre nele conforto ou aqui ou em qualquer outro lugar!
Deixe-me

Estação

Levarei em meus olhos
Estando abertos ou fechados
Aquele trem partindo
Cortando os trilhos enferrujados
Rumo ao infinito
Numa tarde de inverno acinzentado
Contando os dormentes
Que vão crescendo
A medida que os vagões vão passando
Levarei em meu pensamento
Aquele trem de aço
Passando por planícies ,campos e abismos
Ele vai partindo, partindo corações
Me deixando nessa estação
Preparando os tons azulados
E o colorido de uma nova Primavera
Levarei na lembrança
Esse trem desaparecendo lá longe diante de mim
Deixando a saudade e essa dor sem fim
A solidão recente e já tão doída
Nessa interminável ferrovia.

Onde?

Onde estás?
Em que tempo em que mundo?
Me digas logo me revele esse segredo
Me conte preciso vê-lo
Nem que seja pela ultima vez, num ultimo sopro de vida
Onde esta você ?
não posso mais viver sem saída

Escolhas

Todas as minhas escolhas foram bem pensadas
Menos essa agora de saber que estou apaixonada
Todos os meus passos ,caminhos e atalhos foram bem traçados
Todas as minhas decisões simples ou complexas foram bem avaliadas
Menos a de decidir se ia ou se ficava
Derepente o amor aconteceu
dentre todas as escolhas uma incógnita
em todas as decisões uma surpresa
todos os caminhos uma novidade
O amor não é uma escolha , e´ um acontecimento

Chuva

A CHUVA
A chuva chegou na rua
Nos lugares quase esquecidos
Nos becos mal iluminados
No ferro das grades retorcidas
A chuva chegou lavando o asfalto quebrado
A calçada desnivelada
O meio fio antigo
Os bueiros soltos
A chuva limpou a solidão noturna
A alma afetuosa e não correspondida
O rosto sofrido
Enfim ,a chuva apagou tudo e eu plantei flores no jardim.

Rascunhos

Valorizo muito mais meus rascunhos
Porque neles encontro o caminho que tenho que atravessar
Até chegar na arte final. Êxodo e Êxtase
E esse caminho, é mágico, edificante as vezes mais que a poesia em si